RESUMO HISTÓRICO DO DISTRITO
O Distrito do Búzi faz parte do vasto território do antigo império dos Rozwi, integrando também as terras dos actuais Distritos de Chibabava e Machanga. Os primeiros contactos com os estrangeiros datam do século VIII, altura em que os árabes se estabeleceram na Baía de Sofala desenvolvendo a actividade comercial de ouro e marfim com o Império dos Muenemutapas.
No século XV o território do Búzi fazia parte do grande império dos Muenemutapas. A região foi palco de várias guerras internas, entre os Madanda e Quiteves, entre 1480 e 1826, conflitos estes alimentados com apoio dos portugueses e outros comerciantes estrangeiros interessados em se fixarem na Baía de Sofala para o controlo das rotas comerciais.
A partir do século XVI, com a chegada dos portugueses, a região ganha uma importância passando a ser alvo de disputas entre estes e os árabes. Com a expulsão dos árabes, os portugueses iniciaram a construção da Feitoria de São Caetano em 1505 no actual Posto Administrativo de Sofala, anterior Sede Distrital.
No segundo quarto do século XIX regista-se a invasão dos povos Nguni na região. Em 1836 os guerreiros de Ngaba entram na povoação de Sofala, tendo a partir de 1840 estes guerreiros de Império de Gaza se declarado senhores da zona compreendida entre os rios Búzi e Save, tendo estabelecido a sua capital em Mossurize.
Assim, toda a região que compreende os Distritos de Búzi, Chibabava e Mossurize passou à administração Musapa dos Nguni, impondo um sistema político com chefes locais, os “Mambos”. Estas chefaturas estavam sob ordens do vassalo-chefe de toda a região, conhecido por Mulivhane, como um dos últimos vassalos de Ngungunhana.
Como corolário do avanço da ocupação colonial, é criada em 1892 a Companhia de Moçambique que recebe do Governo Português os direitos de exploração e domínio dos territórios de Manica e Sofala. No mesmo ano, por força do Decreto de 7 de Maio de 1892, é criada a Circunscrição de Sofala que incluía Búzi, Gorongosa e Mossurize, que passou para a administração da Companhia de Moçambique. No ano seguinte foi criada a Circunscrição do Búzi com sede em Nova Lusitânia, actual vila do Búzi, cujas terras do interior ainda estavam sob domínio dos Nguni dificultando o controlo dos portugueses até 1895, ano da derrota do Ngungunhana.
Com a criação em 1898 da Companhia do Búzi, com sede em Lisboa, esta celebrou um contrato com a Companhia de Moçambique a 1 de Abril do mesmo ano, na qual esta última cedia numa primeira fase cerca de 312.500 hectares. Em 30 de Maio de 1901, as duas companhias assinam novamente um contrato de extensão compreendendo o território da maior parte do regulado do distrito do Búzi, parte da área ainda se encontrava estabelecida a Companhia “The Guara-Guara Estates Massanzane, ocupando uma área de 5.000 hectares”.
Segundo a Portaria nº 1162, Boletim Oficial (BO) nº 18/8, a Circunscrição de Búzi, ainda sob administração da Companhia de Moçambique, integrava as localidades de Goonda e Nova Sofala. Com a extinção da administração da Companhia de Moçambique pela Portaria nº 4941, BO nº 49/42, a Circunscrição do Búzi manteve o mesmo nome possuindo apenas um Posto Administrativo de Chibabava.
Em 1972, Chibabava separa-se da Circunscrição de Búzi. No mesmo ano a Circunscrição de Sofala e a localidade de Goonda são extintas passando a integrar como Postos Administrativos, de Goonda e Nova Sofala, da Circunscrição do Búzi.
Com a independência, este território passa a categoria de Distrito comportando os três Postos Administrativos de Búzi, Estaquinha e Nova Sofala que incluia sete localidades. Actualmente foram reconhecidas três povoações à categoria de Localidades (Inhamuchindo, Guara-Guara e Inharongue) passando o Distrito a contar com 10 Localidades.